Uma viagem pessoal
Como Diretor Executivo da Pneuma Solutions e pessoa cega, a minha viagem pelo mundo da tecnologia é uma viagem de esperança, desafio e defesa. A revelação do Humane AI Pin começou por me entusiasmar, mas rapidamente se transformou em desânimo quando me apercebi da falta de informação sobre as suas características de acessibilidade. Não se trata apenas de um problema da Humane; reflecte uma tendência mais ampla na indústria tecnológica, em que as necessidades dos deficientes visuais são frequentemente ignoradas.
A supervisão da indústria
Um dos descuidos mais significativos na indústria tecnológica, incluindo por parte de líderes como Sam Altman e Jony Ive, é a falta de documentação clara e direta sobre as novas funcionalidades de acessibilidade. Demasiadas vezes, as actualizações que afectam a acessibilidade parecem ser uma reflexão tardia, deixando a comunidade com deficiência visual a procurar informações e a adaptar-se às mudanças sem orientação. Esta abordagem não é apenas inconveniente; é uma forma de ignorar as nossas necessidades e experiências.
- Colaboração e inovação: Altman, através do seu trabalho com a OpenAI, colaborou com a Be My Eyes para criar a Be My AI, envolvendo dezenas de milhares de pessoas cegas em todo o mundo. Esta iniciativa exemplifica o imenso valor de incluir a nossa comunidade no processo de desenvolvimento. O feedback melhorou significativamente o produto, demonstrando como o nosso envolvimento é vital. Então, porque é que, no caso do AI Pin, esta abordagem inclusiva foi aparentemente abandonada?
- Olegado da Apple: Ive, com a sua experiência na Apple, também deveria compreender a importância de integrar a acessibilidade desde o início. O compromisso da Apple para com a acessibilidade tem sido uma referência para outros seguirem, mas este compromisso parece ter sido ignorado nos seus projectos actuais.
Um momento de realização
A revelação do AI Pin foi um momento pungente para mim, tal como para muitos na comunidade de deficientes visuais. A excitação de um novo produto, seguida da constatação de que podemos não ser capazes de o utilizar, é um sentimento demasiado familiar e profundamente triste.
O caminho a seguir
A solução não é complexa. Envolve diálogo genuíno, respeito e práticas inclusivas. Colaborar connosco através de grupos de discussão, participar ativamente nas nossas comunidades e ter em conta o nosso feedback não são apenas actos de cortesia – são necessidades. A nossa comunidade é mais do que apenas consumidores; temos uma vibrante comunidade de programadores com experiência em design de acessibilidade. O ditado “Nada sobre nós sem nós” é o nosso apelo a igual consideração e respeito.
Envolvimento e respeito
A minha mensagem para a indústria tecnológica é clara: estamos aqui, somos importantes e temos muito para contribuir. Envolvam-se connosco, respeitem-nos e incluam-nos desde o início.
Tecnologia inclusiva:
O futuro da tecnologia deve ser acessível a todos, e isso começa com a valorização de todas as vozes. Como Aretha Franklin cantou, tudo o que estamos a pedir é um pouco de respeito – R-E-S-P-E-C-T. Vamos fazer disso a base da nossa abordagem ao desenvolvimento tecnológico.
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